Ninguém pode ser preso, detido ou exilado injustamente ou sem razão...




Ao longo da vida acostumamos-nos aos apertos de calos consentidos, e caminhamos no ritmo a que consideramos ser o mais certo para o nosso relógio das pressas. Por vezes apressamos o passo, quando nos apercebemos que o nosso passo não é coincidente com os que nos rodeiam, e parecemos que não temos coordenação nos nossos movimentos. É assim até sentirmos que cada um tem o seu próprio caminhar, seja com botas apertadas ou com sapatilhas de pano.

Assistimos a comportamentos desviantes, daquilo a que chamamos de Ética e sentido de bom senso. Até os responsáveis pela guarda dos preceitos religiosos que conduzem a paz, amor e fraternidade, assobiam para o lado, distraídos da realidade que fingem não se aperceber. Aguardamos, perplexos, incrédulos e esperançados no acordar da razão.

É complicado. Eu sei que é complicado, no entanto, neste mês de Novembro, mais que em qualquer outro mês, talvez por força de habito, rumamos com mais frequência ao cemitério onde prestamos culto aos nossos mortos, pela forma como isso nos faz sentir a sua presença viva entre nós, pela vida que nos deram, pelos exemplos que nos deixaram e pelas palavras que não lhes dissemos...