quinta-feira, 28 de junho de 2007

Um livro

Quantas vezes pensamos que já nada ou pouca coisa terá o "dom" de nos surpreender?
Mas não é assim!
Quando um simples livro com poemas simples, daqueles que nos falam da terra, das coisas poucas da nossa infância, parcas de luxo e mestras dos nossos mestres aquando tínhamos idade para estudar e já tínhamos superado o termo inicial de aprendizes, nos fazem recordar os percursos singelos e únicos que nos fizeram a todos e a cada um homens e mulheres que nunca foram meninos (...) mas que não esquecem as suas raízes e que tentam com o seu empenhado esforço transmitir às novas gerações que os valores que os mantiveram verticais e dignos, são valores que exigem aos seus descendentes. É disto que nos fala o livro de Maria Luísa Duarte, lançado no passado dia 18 de Junho na sua querida terra, o Pombalinho.
E foi bom de ver, sala cheia de pessoas havidas de reaver os sorrisos dos que na terra estão e dos que para o evento vieram, pois do que se tratava era tão só aproveitar o que de bom a vida tem de simples e de verdadeiro. Aqui se falou do amor a terra, dos dias de ontem dos dias de hoje e até como no livro se recordaram as mães os avós e como possivelmente as coisas que nos dividem são mais pequenas do que aquilo que nos une.
Coisa bonita, dizia o apresentador Brasileiro, que de sorriso em sorriso acariciava com um olhar terno as suas companheiras de rádio, dizendo em cada beijo, que ele Rosildo estava cuidando daquela sua família reunida em inúmeras conversas que possivelmente estavam por fazer à anos, porque, para ler um poema na frente de tanta gente, mesmo conhecida, é preciso estar identificado com ele.
Para a Maria Luísa, fica por certo uma divida por pagar, pois senti que as gentes a sua terra sentiram que ela sobe elevar os valores das pessoas que amanham o germinar da vida com garra e deixou uma mensagem de esperança nesta difícil arte de estar vivo

Imagens literarias

A descoberta de "velhos " valores que ajudaram a sociedade a chegar até aqui, com critérios, esses sim, discutíveis, que premiavam os que de alguma maneira se salientavam na sociedade em que estavam inseridos, vem pôr em causa todas as formas de reformas a que actualmente assistimos. No entanto nota-se como em todas as revoluções o mesmo zig-vaguear de desnorte de quem espera as oportunidades e de quem sente que nada vai continuar como até aqui mas que sem perspectivas de solução, erra apático.

Tudo isto a propósito dos ataques que cada um faz a tudo e a todos de uma forma descabida e até como se fosse esse o seu último acto, pensando estar a utilizar a alavanca certa para neutralizar as partes que considera obstáculo ao seu querer desenfreado e a seu ver desabrido de certezas. Por certo este tempo azedo, fará lembrar os tempo da concórdia e " vacas gordas" onde a harmonia balofa e cheia de tédio, era propicia a outros confrontos que geralmente acabavam em partilha por parte dos de sempre, mas que usavam meios subtis e de refinada educação aprendida nas gerações que os tinham tornado elitistas. Desta vez os confrontos são para a tomada de posse por outros meios e necessitam de argucia felina, roçando por incompreensão o querer descortinar onde começa e onde acaba o infinito.

É pois possível que este mundo, tal como o conhecemos, tenha expirado e que se tenha começado uma nova era onde os valores que compilamos durante décadas, nomeadamente o Republicano e o Democrático, baseado nos valores sociais de cada um e por cada individuo, tenha que reformular a abordagem aos princípios humanistas de defesa da dignidade, exigindo que por principio nunca se ponha em causa o seu direito a liberdade de expressão e principalmente à sua escolha filosófica e politica e (ou) escolha religiosa.