terça-feira, 29 de abril de 2008

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Trova do Vento que Passa




Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraçao
vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das água
se os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoa
sai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir

(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir

(verdes folhas verdes mágoas).
Há quem te queira ignorada

e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificadanos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

poema de Manuel Alegre
imagen de Antonio Almeida Felizes

segunda-feira, 14 de abril de 2008

A Europa, obra de paz


A Europa, obra de paz e de reconciliação, nunca tentou afirmar a sua posição no mundo, depois da segunda Guerra Mundial, a não ser através da exemplaridade dos seus sistemas de arbitragem.
À medida que o seu peso económico e comercial foi crescendo, a União Europeia passou a ser solicitada no sentido de desempenhar o seu papel de potência mediadora e de força de equilíbrio no mundo.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

11 de Abril de 1918, La Lys - 90 Anos depois


Batalha de La Lys, cemitério de Richebourg em França



quinta-feira, 10 de abril de 2008

Ai se mestre Gil, cá viesse

A formiga no carreiro
Vinha em sentido cantrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas àguas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

Poema de Zeca Afonso

domingo, 6 de abril de 2008

Vergonha


O último relatório da ONU diz que 2% da população do mundo detém 50% da riqueza do planeta TERRA.


"Aquele que não conhece a verdade é simplesmente um ignorante, mas aquele que a conhece e diz que é mentira, este é um criminoso"
Bertold Brecht

terça-feira, 1 de abril de 2008